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As contas direitinhas far-se-ão na Assembleia Geral, mas vale a pena começar a prestar contas aos sócios, ainda que sem entrar ainda no mês de Dezembro

A actual direcção da Montis desenhou um modelo de financiamento para dez anos – dos quais dois estão passados – e que vai sendo actualizado com dados reais do que vai acontecendo.

Esse planeamento financeiro com alguma profundidade temporal foi em tempos distribuído pelos sócios e é assumidamente conservador e com elevado grau de incerteza. Tem no entanto a vantagem de nos permitir perceber se nos afastamos muito ou pouco do que achamos que possa trazer sustentabilidade à Montis.

Nesse modelo há dois aspectos essenciais: do lado das receitas, as quotas dos sócios; do lado das despesas, o pagamento de funcionários. Embora tudo esteja subordinado ao objectivo central de comprar e gerir terrenos com objectivos de conservação.

Desde o início que a Montis tem definido como objectivo ter um secretariado totalmente pago com as quotas dos sócios, mesmo sabendo que esse objectivo é difícil e não será atingido no curto prazo.

No modelo que temos, a base seria ter 750 sócios que pagam 20 euros de quota anual, gerando os 15 mil euros que custa o funcionamento base da associação.

Por enquanto temos quase 350 sócios. As quotas de 2015 foram, em grande parte, canibalizadas pela campanha de crowdfunding, visto que uma das suas recompensas era o pagamento da quota anual. Estando a preparar-se uma nova campanha de crowdfunding, veremos o que acontecerá em 2016.

O planeamento que temos, conservador, como se disse, prevê uma forte diminuição de sócios em 2016 porque sabemos que há sempre perdas de sócios numa associação em que a qualidade de sócio se perde automaticamente com a falta de pagamento das quotas. Tentar-se-á contrariar esta previsão, quer fazendo um esforço para que os sócios se sintam bem na associação e dêem os seus vinte euros anuais como bem empregues, quer mantendo o esforço de angariação de novos sócios.

Temos sido capazes de manter um secretariado técnico profissional, apesar de estarmos longe dos 15 mil euros de quotas, porque: 1) pagamos relativamente mal (somos muito transparentes neste ponto e estaremos sempre atentos à possibilidade de pagar melhor, mas não queremos pôr em causa a sustentabilidade da associação); 2) temos usado tanto quanto possível os apoios do Instituto de Emprego e Formação Profissional; 3) temos usado prioritariamente os restantes recursos (com excepção dos que foram captados para compra e gestão de terrenos) para assegurar este apoio profissional. Com estas opções, num cenário conservador, temos assegurado o pagamento de ordenados de 2016 e 2017.

Na campanha de crowdfunding conseguimos, líquidos, cerca de 15 mil euros para terrenos, dos quais temos disponíveis cerca de 4 mil, à espera de oportunidade para os usar da forma mais estratégica possível.

As despesas directas das actividades que fizemos (passeios, voluntariado e colóquios) andam pelos 1 500 euros, não contando o tempo do secretariado dedicado a estas tarefas, que não é assim tão pouco. Sendo estas actividades maioritariamente gratuitas para os sócios, as receitas associadas são grande parte donativos. Se contarmos todos os donativos (é verdade que nem sempre decorrem das actividades) e somarmos as inscrições dos colóquios, temos um valor próximo dos 1300 euros, ou seja, não compara muito mal com os 1500 euros de custos. Nesta matéria estamos, portanto, perto da sustentabilidade e iremos procurar manter o mesmo nível de actividades (provavelmente aumentando) durante 2016.

As quotas andaram este ano pelos 1 300 euros (em grande parte foram canibalizadas pela campanha de crowdfunding, como referido), longe, evidentemente, de pagar o funcionamento da Montis, mas dão uma boa ajuda para as despesas inevitáveis de funcionamento da associação e que não são nem pessoal, nem actividades (correio, deslocações, fotocópias, etc.), que rondam os mesmos 1300 euros.

Com os apoios da eólica da Arada e os serviços prestados à Câmara Municipal de Vouzela, foi possível garantir um exercício financeiro equilibrado e que garante a tranquilidade para a gestão do ano de 2016, lançando boas bases para 2017, ao mesmo tempo que se expande a área sob nossa gestão e se lançam as bases para a gestão de terrenos, já com resultados concretos nos nossos carvalhais, mas com resultados ainda potenciais nas outras áreas sob a nossa responsabilidade.

As perspectivas são boas e a responsabilidade é grande. Aparentemente a Montis até pode ir andando por caminhos de cabras, mas não parece ir por maus caminhos.

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