Em algumas regiões de Portugal o título deste post seria bastante ofensivo, mas na região a que a imagem diz respeito é exactamente o mesmo que um alentejano dizer que está na hora de trazer os gaiatos, ou muitos outros dizerem que está na hora de trazer os miúdos.
Ontem, 21 de Março, numa jornada que com certeza dará origem a posts mais informativos nos próximos dias, avançou-se mais um bocadinho na gestão de uma das propriedades que comprámos.
O objectivo mais imediato é tornar a propriedade utilizável, para a partir daí ser possível gerir com objectivos de conservação e qualquer pessoa poder ir ver o que está a ser feito, avaliando resultados e descansando os olhos nas paisagens em volta.
Reabrir acessos que o mato invadiu e abrir espaço para estar são as duas coisas em que os voluntários da Montis estão a trabalhar, para já, ao mesmo tempo que se libertam alguns carvalhos da concorrência para poderem mais rapidamente ter bosquetes e diversidade.
Esta clareira não será o sítio mais sobreado do mundo (embora com a chegada da Primavera e das folhas dos carvalhitos a coisa melhore) mas já dá para bivacar, depois do segundo dia em que se andou de volta dela a cortar giesta e aprumar carvalhos (em muitos outros sítios das propriedades simplesmente vamos deixar as coisas entregues a si próprias).
É vir com os miúdos, deixá-los andar por ali a procurar os trilhos dos javalis, e depois pedir-lhes uma ajuda para avançar mais um bocadinho na criação de condições para as pessoas, a bicharada, os cogumelos, os insectos, as plantas vão escolhendo os diferentes sítios diferentes que vão sendo criados por este trabalho de formiga em que muitos bocadinhos pequenos fazem uma grande intervenção de gestão.
Montar a tenda ao fim do dia, desmontar de manhã e eles vão perceber que há sítios onde não há luz, não há torneiras, não há frigorífico, não há electricidade e ainda assim podem acordar contentes e felizes no dia seguinte.