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Neste fim de semana, contando o feriado de Quinta-feira, pessoas como qualquer um de nós resolveram dar à gestão da paisagem, com objectivos de conservação da natureza, 15 jornas de trabalho.
As contas são muito imprecisas, na verdade terá sido mais que isso, quase o equivalente a ter uma pessoa a tempo inteiro a trabalhar para a Montis durante um mês inteiro.
E são ainda mais imprecisas porque na verdade sem as pessoas que são sócias e pagam as quotas, sem as pessoas que contribuíram no último crowdfunding (este era um dos fins de semana voluntários previstos na campanha), sem as pessoas que sugerem soluções, sem as pessoas que tiram o seu tempo para melhorar este blog, ou os outros canais de comunicação, sem as pessoas que nos agradecem a carta mensal (que este mês está atrasada), sem as pessoas que nos dizem que não vai ser possível desta forma, sem as pessoas que dizem que foi um erro esta ou aquela opção (mesmo nos orgãos sociais da Montis há ideias muito diferentes sobre as opções a tomar e discorda-se muito), sem as pessoas que indicam a Montis a outros para fazer estágios, visitas, artigos de jornal, sem todas essas pessoas que, de uma forma ou de outra, se interessam pela Montis, as 15 jornas destes dias não seriam possíveis, nem seria possível dar sentido à disponibilidade das quinze ou vinte pessoas que neste dias passaram pelo baldio de Carvalhais para dar uma mãozinha na gestão.
Este trabalho voluntário não substitui o trabalho técnico, há coisas que não pedimos aos nossos voluntários para fazer, mas também o trabalho técnico, mesmo que deixasse no terreno o mesmo que foi feito por estes dias, não substituiria a ligação dos sócios e voluntários ao que é feito.
Muito poucas das quinze ou vinte pessoas que trabalharam no baldio estes dias são sócios da Montis, por enquanto, mas todas elas foram para casa com uma ideia mais clara do que significa trabalhar pela conservação, trabalhar para os outros, trabalhar em sistemas complexos, como são os sistemas naturais, tendo clara consciência da inevitabilidade de cometer erros, mas também da forte probabilidade de, daqui a cinco ou dez anos, poderem olhar para o resultado e reconhecer ali a sua mão.

Muitas das pessoas que se interessam pelo trabalho da Montis dizem que têm pena de não poder participar mais, muitas pedem mesmo desculpa pela sua falta de disponibilidade para se envolverem mais regularmente nas actividades da Montis.

Se soubessem a importância de cada sócio e de cada quota paga, com certeza não lamentariam tanto o que não podem fazer e valorizariam mais essa pequena coisa que consiste em fazer-se sócio e pagar uma quota.
Mas se, mesmo assim, ainda sentirem que gostariam de fazer mais pela Montis, tragam mais um sócio, a base em que tudo assenta e, na verdade, a tarefa mais difícil que temos pela frente: ter uma base de sócios suficientemente alargada para dar serenidade e sustentabilidade à gestão da Montis.
Tudo o resto, incluindo as extraordinárias 15 jornas que nos permitem ter esperança de ter resultados de gestão bem mais cedo do que pensávamos, começam e assentam nessa base de sócios.