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Em 2014, quando este slide fazia (e, com alterações, faz) parte das apresentações da Montis, tínhamos definido uns objectivos que nos pareciam longínquos.
Era objectivos que usávamos com algum realismo mas, pensávamos, mais optimismo que realismo.
No fim de 2017 os 30 hectares de gestão directa vão em 150, os 200 sócios caminham para o dobro (mais de 350), os 15 mil euros de orçamento corrente estão ultrapassados, não cumprimos o objectivo dos dez mil euros anuais de investimento em terrenos (pessoalmente gostaria de retomar este objectivo com mais consistência), criámos o emprego directo previsto, fazemos os dois colóquios por ano que previmos, temos um estágio académico a correr e o programa de voluntariado está em desenvolvimento.
2018 representará um desafio enorme para a Montis, com riscos e oportunidades que convém ter bem presentes, para optimizar as oportunidades e para evitar os riscos.
Teremos em 2018 muito mais recursos.
1) Soubemos ontem, foi publicado hoje, que ganhámos um dos três prémios ICNF, o que representa um apoio substancial, até 50 mil euros;
2) Temos em curso o LIFE ELCN, para a criação de uma rede europeia de espaços privados de conservação, que nos espaço de três anos implica um investimento de 50 mil euros (30 mil comunitários, 20 mil nossos);
3) Foi aprovado outro LIFE ESC, de voluntariado de longa duração orientado para a conservação, que implica que nos próximos três anos tenhamos perto de 450 mil euros para executar, dos quais 150 mil teremos de assegurar e 300 mil são comparticipação comunitária;
4) Há um conjunto de parcerias e doações que, no total, devem rondar os 20 mil euros para gestão;
5) Concluímos agora um crowdfunding do qual resultam cerca de 2 mil e quinhentos euros.
Muitos destes recursos têm destinos bem definidos e são para executar projectos ou devem dar resposta às preocupações de doadores e parceiros, não são recursos que possamos usar livremente, mas concorrem todos para a gestão da biodiversidade.
Deste conjunto de recursos resulta um reforço muito importante da estrutura técnica da Montis, quer com pessoas a tempo inteiro fisicamente presentes na Montis, quer de pessoas mais qualificadas de que precisamos para que as coisas sejam bem executadas e que capacitem quem está mais permanentemente no terreno, apoios específicos, por exemplo, para a área da comunicação, e vários voluntários de longa duração em simultâneo, o que na verdade representa uma grande revolução e esforço para a Montis.
O maior risco, o que queremos evitar a todo o custo, é perder o foco nos sócios e na gestão do terreno, re-orientando-se a actividade da Montis no sentido do cumprimento dos objectivos dos projectos, incluindo o seu desenvolvimento futuro.
O esforço que temos de fazer é mesmo o de manter a ideia original da Montis: os projectos não são um fim em si mesmos, são meros instrumentos para alavancar o que é o essencial: mais sócios, maior envolvimento dos sócios, mais doadores, mais hectares de terrenos geridos com objectivos de conservação.
Pessoalmente o que espero é que se consiga manter a ideia de que uma associação de sócios se orienta, em primeiro lugar, pela vontade dos sócios, sendo os projectos, ainda que tenham a dimensão que descrevi, meramente acessórios.
Vem aí um ano interessante, de elevado risco, é certo, mas também de grandes oportunidades para consolidar a Montis
henrique pereira dos santos